quarta-feira, 4 de junho de 2008

Neuras e fantasiosas causas

"Tão estranho carregar uma vida inteira no corpo, e ninguém suspeitar dos traumas, das quedas, dos medos, dos choros." Caio Fernando

Concordo com o Caio! Pois também acredito que as pessoas nunca deveriam criticar as manias das outras, sem prévia análise... Ninguém conhece a história do outro, por mais que imagine, nunca terá a real noção. Nem minha mãe, que me apresentou a esse mundo, é capaz de cogitar o tamanho das piras que eu tenho. Imagine um estranho...
Por exemplo, quem se faz capaz de imaginar que no meu primeiro dia de aula *Fulana caiu em cima de mim no banheiro da escola "Gabriel", e que até hoje (16 anos depois) eu tenho vontade de dar uns tombos nela?!
Quem vai saber que um cachorro já teve a audácia de enganchar os dentes nos ossos do meu joelho, e que até hoje eu tenho terror a cães?!
Quem vai adivinhar que eu só não tomo café, porque quando criança, meu pai mentia que o excesso da bebida me deixaria Negra?!
Quem vai sonhar que no dia em que meu avô morreu, eu queria dormir com ele no cemitério, para ele não se sentir sozinho?!
Ninguém! Ninguém! Ninguém...
E também, não é de ninguém o direito de me discriminar por detestar cães e café (duas coisas tão banais) e conseguir adorar cemitérios (uma coisa tão fúnebre)! Tudo isso, simplesmente porque ninguém conhece os motivos que eu tive para desenvolver tal aversão ou adoração...
E mesmo conhecendo-os agora, talvez, você nem me dê razão e me ache idiota.
Eis a raiz das divergências!

É pelo meu, tão banal e por outros motivos muito, mais muito mais complexos que ainda existem guerras. Porque o ser humano não aprendeu respeitar as diferenças, os traumas e as neuras do próximo!
O ser humano só consegue enxergar seu próprio EGO.
E eu me pergunto: até quando?

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