segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Validade Invisível

Imprevisível...
Quem sabe, bem adiante, haja uma mesa num restaurante, onde você mexerá o suco com o canudo, enquanto eu quebro uns palitos sobre o prato – pequenas atividades às quais nos dedicaremos com inútil afinco, adiando o momento de dizer o que quer ser dito.
Quem sabe, mais adiante ainda – você acabou de sair daqui e seu cheiro ainda passeia pela casa... Talvez, sejamos felizes.

Entre a concretude do beijo de 5 minutos atrás e a premonição do canudo girando no copo, pode existir uma vida inteira. Ou até mesmo duas.
Passos improvisados de dança e muitos risos, bem no corredor do nosso apartamento; uma festa cheia de amigos queridos, celebrando coisas banais; abraços apertados de despedida; festas em família; acampamentos; a sua visão do meu nécessaire (e vai sempre pensar: Para que tanto creme?); respirações ofegantes; tentativas na cozinha; banhos de mar; beijos estalados, no cinema; uma poltrona roxa e gorda comprada num antiquário; um tatu – bola na grama do sítio; algumas cidades domesticadas sob nossos pés; postais pregados com tachinhas no mural da cozinha e garrafas vazias num canto da área de serviço... Então, numa manhã, enquanto escrevo meus devaneios, te verei escovando os dentes e andando pela casa, dessa maneira aplicada e ao mesmo tempo descomplicada que você terá de andar e escovar os dentes ao mesmo tempo. E saberei com uma estranha certeza que surge das pequenas coisas, que você me faz a mulher mais feliz.

Certamente, algumas nuvens negras nos esperam adiante.
Silêncios, onde deverá haver palavras, palavras frias onde deverá haver compreensão, batidas de frente e até gritos!
Mas depois faremos as pazes. Ou não?

Tudo que sabemos agora é que eu te quero, você me quer e temos todo o tempo e o espaço para fazer disso o melhor que pudermos. Se tivermos cuidado e sorte – sobretudo talvez, sorte – quem sabe dê certo?
Se realmente existir o AMOR, essa coisa quase palpável, essa esperança intensa, então não há nada mais sensato a fazer do que soltarmos as mãos dos trapézios, perdermos a frágil segurança de nossas solidões e nos enlaçarmos em pleno ar.
Talvez a gente caia;
Talvez saiamos voando...

T' amo.

Arte em Poesia.



" E ser artista no nosso convívio


Pelo inferno e céu de todo dia


Pra poesia que a gente não vive


Transformar o tédio em melodia "

Guimarães Rosa me diz que...

O correr da vida embrulha tudo, a vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta.

O que ela quer da gente é coragem!

do Amor

Sem perdão não há amor. Diga-me quem você mais perdoou na vida, e eu então saberei dizer quem você mais amou.

Válvula de escape

Se é pobre, não estará me lendo porque ler-me é supérfluo para quem tem uma leve fome permanente. Faço aqui o papel de vossa válvula de escape e da vida massacrante da média burguesia. Bem sei que é assustador sair de si mesmo, mas tudo o que é novo assusta.

Clarice Lispector in "A hora da estrela"

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

do Amor

"E até hoje, eu acredito que na maior parte do tempo o amor é uma questão de escolhas. É uma questão de tirar os venenos e as adagas da frente e criar o seu próprio final feliz..."

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

União Anarquista

Eu prometo não te prometer nada, nem te amar para sempre, nem não te deixar jamais. Estou aqui, te sinto agora sem máscaras nem artifícios e enquanto for bom para os dois que o outro fique.
Nada a te oferecer exceto eu mesmo.
Nada a te pedir exceto que sejas quem tu és. A verdade é o que temos de melhor para compartilhar um com o outro. Tuas coisas continuam tuas e as minhas, minhas. Não nos mudaremos na loucura de tornar eterno esse breve instante que passa. Se crescermos juntos, ainda que em direções opostas, saberemos nos amar como somos e não teremos medo ou vergonha um do outro.
Não te prendo e não permito que me prendas.
Nenhuma corrente pode deter o curso da vida.
Quero que sejas livre como eu próprio quero ser.
Companheiros de uma viagem que está começando
cada vez que nos encontramos novamente

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Para Ciganafriend...

Eu conheci razoavelmente bem essa guria.
"A primeira vez que conversamos eu chorei depois a noite inteira, porque ela inteirinha me doía, porque parecia se doer também, de tanta compreensão sangrada de tudo"

E hoje depois de um considerável time, posso afirmar que ela aiiiiiinda me dói e também me perturba com suas eternas buscas. Sabem como é!? Espírito livre, alma de passarinho, natureza viajante, eterna mutante... infinitas variantes e delirantes definições para essa Hippie pela qual tenho A consideração. De tato mesmo, manja?

Espero na real que as minhas palavras e experiências de aprendiz de sonhadora, possam te salvar sempre, desculpa por qualquer deslize ae e no mais é quase só: secuidasealimentebemsepreserveseameeeeeeeeeeeee e o mais importante de tudo: continue se expondo, sem usar dublê!